Apesar de poucos quererem morrer jovens, por outro lado ficar velho é para muitos um pavor. Será que envelhecer tem de ser mau? Será que temos todos de adoecer? Não tendo a resposta, acredito, que apesar de poder não ser fácil aceitar as mudanças no corpo e ser até um processo bastante doloroso para alguns, saber que há alterações que são inevitáveis mas que muitas delas podem ser atrasadas no seu aparecimento ou minimizadas no seu efeito, é uma boa ajuda para poder se preparar e entrar numa fase mais madura da vida, de forma feliz.

Sendo importante estar atento ao corpo, ter em atenção à mente é de igual importância. Não havendo doenças boas ou más, todas são indesejáveis e as da mente, nomeadamente demências, fazem parte daquelas que apesar de estar muito dependentes do avançar da idade e dos genes, têm também o contributo de outros factores controláveis.

Passamos tanto tempo querendo fazer “coisas”, ser úteis, produzir, superar-nos, ser melhor que nós e que os outros, que por vezes nos esquecemos que no entretanto vamos envelhecendo, não acreditando que se não morrermos pelo caminho, podemos chegar a velhos e uma coisa é chegar a velho e outra coisa é ficar velho. Velhos são muitas vezes aquelas pessoas que apesar de novas de idade, reclamam, se amarguram, se entristecem e entristecem os outros com as suas carpideiras e azedumes. Conheço por outro lado, muitas pessoas, que apesar da idade avançada, são jovens, com cabeças “frescas”, espíritos leves, com corpos ágeis e ginasticados.

Será que pode ser nossa escolha envelhecer bem? Com toda a informação que temos atualmente disponível, aparentemente sim, e se bem que não havendo garantias, há evidência de probabilidades de viver uma vida mais saudável e longa, se tomarmos conta de nós.

Quando falamos de doenças do foro mental, nomeadamente o Alzheimer, factores como a genética e a idade são incontornáveis, mas outros como alimentação equilibrada e ajustada, não fumar, ter uma vida social ativa, usar de forma regular e desafiante o cérebro, controlar através de check ups regulares, indicadores de saúde e levar uma vida ativa do ponto de vista do exercício físico, podem fazer toda a diferença em vir a padecer ou não destas doenças,

O exercício físico é claramente uma arma poderosa e que quanto mais cedo começar a ser usada, melhor! O exercício para além de desenvolver as capacidades físicas, tem um papel fundamental na saúde mental ajudando a prevenir doenças do foro mental, bem como a evitar a progressão da doença quando a mesma já existe.

A participação em actividades quer sejam em grupo ou individualmente, com apoio específico, estimula a concentração e a memória e designadamente actividades aeróbicas sistematizadas, aumentam o fluxo sanguíneo e a neurogénese e diminuem o stress oxidativo. Estes são benefícios que claramente, ao ser mais-valia para a qualidade de vida da pessoa, são também importantes para familiares e cuidadores, reduzindo igualmente os gastos públicos.

Mens sana in corpore sano, mente sã em corpo são, já diziam os antigos romanos. A atividade física mantém a juventude do corpo e da mente. Vida sedentária mata!

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